As sangrias do reino
Olá leitores!
Aqui vai mais informações para quem leu a última postagem e está curioso para saber mais.
D. João V, reinou por quase quarenta e quatro anos, seu reinado foi marcado pela exploração das minas de ouro na América Portuguesa. Devido às riquezas abundantes, o rei recebeu a alcunha de " O rei Sol português", o ouro tornou a corte Joanina uma das mais luxuosas de seu tempo e da história da monarquia portuguesa.
O que seriam essas sangrias?
As duas últimas sangrias, são bem interessantes!
A terceira envolve um assunto sempre sensível. Pois se trata da instituição mais estilosa, ousada, temível, poderosa e misteriosa da História,( Sim, estamos falando dela) a Igreja Católica!
Mais especificamente, das ações desta através do Tribunal de Santo Ofício. A famosa Inquisição sempre traz um ar de mistério e curiosidade, não é mesmo? As investigações, a procura por bruxas, heresias, as torturas, os julgamentos(ou a falta deles), sempre povoam nossa imaginação e também as telas do cinema.
D. João V era um religioso extremamente devoto, investindo em monumentos religiosos, tendo uma boa relação com a Igreja e permitindo uma autonomia relativamente grande do Tribunal dentro de Portugal.
O maior foco da Inquisição no Reino era a perseguição aos judeus e aos cristãos novos. Algo que perturbava fortemente o país católico, diversas estratégias foram tomadas ao longo dos séculos para exterminar o nome dos judeus e cristãos novos do Reino, entretanto ainda era um problema recorrente na época estudada. Assim a terceira sangria é:
3° Sangria
"A insensível e cruelíssima sangria que o Estado leva, é aquele da Inquisição porque diariamente com medo delas estão saindo de Portugal com seus cabedais os chamados cristãos novos."
Para Cunha as ações inquisitoriais são ineficazes, mancham o nome de Portugal e não solucionam os problemas. (Já perceberam que o velho senhor Cunha gostava de uma polêmica né). Ainda pior, as perseguições interferem na economia portuguesa, pois essa parcela da população possuía investimentos de grande porte no reino, e com a necessidade de fugir de Portugal, suas riquezas iriam para cofres estrangeiros, principalmente os da Inglaterra e da Holanda. Prejudicando a economia portuguesa.
Cunha sugere que o nome cristão novo seja abolido de Portugal, os que realmente se converteram não deveriam mais serem expostos dessa maneira para a sociedade. Enquanto aqueles que apenas ostentavam esse título para fugir da perseguição, deveriam ou serem expulsos do país, ou o que seria mais adequado poderem professar sua fé sem interferência, apenas sendo identificados por algum símbolo. De modo que não deixariam o reino e levariam suas riquezas.
4° Sangria
"Achará muitas e grandes povoações quase desertas, com as suas manufaturas arruinadas, perdidas e extinto totalmente o seu comércio. "
Para Cunha, há um mal aproveitamento das terras de Portugal, as áreas não são aproveitadas nem para a agricultura e nem para a construção de manufaturas. O dinheiro das colônias não são investidos na indústria nacional, o que faz com que a maior parte dos produtos sejam importados, principalmente da Inglaterra. Cujo famoso Tratado de Methuen entre as potências prejudicava a economia portuguesa, por tender ao desequilíbrio para o lado português.
Estas são as quatro sangrias que interferem no progresso português segundo Cunha, o Testamento Político foi uma das últimas contribuições do diplomata para seu país, que apesar de ter vivido a maior parte da vida no exterior, sempre teve sua atenção voltada para Portugal. É um dos exemplos dos homens ilustrados de Portugal que trouxeram ao reino novas visões administrativas que afetaram não somente a metrópole,como suas colônias.
Comentários
Postar um comentário